Maio Amarelo: Quando Cada Vida Importa no Trânsito

O “Entre Vozes e Histórias” abraça o movimento Maio Amarelo 2025, trazendo uma reflexão profunda sobre nossas escolhas no trânsito e como pequenas atitudes podem salvar vidas. Com a participação especial da delegada de trânsito Dra. Gessiane, esta edição nos convida a olhar para o trânsito com mais humanidade, responsabilidade e empatia

Maio chega pintado de amarelo para nos lembrar de algo urgente: vidas estão em jogo no trânsito todos os dias. O Maio Amarelo não é apenas uma campanha — é um chamado à consciência, à responsabilidade e à mudança de comportamento.

Em 2025, a Polícia Rodoviária Federal lança ações em todo o país para promover um trânsito mais humano e seguro. Mas a verdadeira transformação começa dentro de cada um de nós. Porque por trás de cada volante, guidão ou faixa de pedestres, há histórias, famílias e sonhos que merecem chegar ao destino.

Conversamos com a delegada de trânsito Dra. Gessiane Soares Cangussu, que reforça:

Paula Santos – Dra. Gessiane, quais são os principais desafios que Janaúba enfrenta hoje no trânsito e como a campanha Maio Amarelo pode ajudar a transformá-los em soluções concretas?

Dra Gessiane – Conforme demonstrado pelas ocorrências de acidentes de trânsito, que ocorrem diuturnamente, o comportamento imprudente dos motoristas e dos motociclistas, incluindo o desrespeito as normas de trânsito, quando conduzem seus veículos com excesso de velocidade e falta de atenção no trânsito, tem sido um grande problema na segurança viária. O maio amarelo, com suas várias ações de conscientização promove o respeito entre os usuários do trânsito, levando a proposta de lembrar aos condutores de veículos que cada atitude positiva pode evitar acidentes e preservar nosso bem maior que é a vida.

Paula Santos – Na sua visão, de que forma campanhas como o Maio Amarelo conseguem impactar a conscientização e realmente transformar atitudes dos motoristas, motociclistas e pedestres?

Dra Gessiane – Não somente nas campanhas, mas em todos os movimentos e ações voltadas com o objetivo de levar as pessoas a refletir sobre a sua responsabilidade no trânsito, de forma a agir com ética, com respeito as leis e as normas, conscientes do seu dever de cumprir o que a lei exige, e também das penalidades que podem sofrer de um eventual descumprimento, contribui para impactar numa mudança de comportamento, promovendo uma cultura de respeito e segurança para todos.

Paula Santos – Quais resultados ou mudanças a senhora espera ver na população de Janaúba ao final desta edição do Maio Amarelo? Há metas específicas para a redução de acidentes ou infrações neste período?

Dra Gessiane – Não há metas específicas estipuladas para esse fim, mas toda proposta da polícia civil é voltada para a redução do índice de acidentes que ocorrem diariamente, sejam com vítimas ou apenas com danos materiais, pois tanto um quanto outro traz um impacto negativo na ordem pública. Esperamos, sim! Que a população de janaúba seja sensibilizada sobre a importância da responsabilidade individual para a construção de um trânsito mais humano, seguro e inclusivo.

Paula Santos – Quais ações o poder público e a sociedade civil podem adotar para garantir que as mensagens do Maio Amarelo não fiquem restritas apenas ao mês de maio, mas se tornem uma prática contínua no trânsito?

Dra Gessiane – O mês de maio serve apenas como referência na tomada de ações contra a violência no trânsito, é o marco inicial para que outras ações sejam disseminadas e discutidas ao longo do ano. O poder público juntamente com a sociedade civil organizada podem promover audiências públicas, voltadas para a discussão da mobilidade no trânsito, com objetivo de serem implementadas políticas públicas voltadas para uma melhor estruturação e sinalização das vias urbanas. As palestras também devem ser contínuas, principalmente nas escolas do ensino fundamental, de forma a conscientizar as crianças desde cedo da sua responsabilidade na promoção de um trânsito seguro. As blitz educativas também são essenciais na continuidade da garantia da divulgação das mensagens sobre conscientização do papel do motorista, do pedestre, do ciclista, do motociclista na prevenção de acidentes.

Dra Gessiane Soares Cangussu – Delegada de Trânsito – Foto : Arquivo pessoal

Para encerrar, fica o recado da Delegada Gessiane: a construção de um trânsito mais seguro e humano depende do compromisso de cada cidadão, todos os dias, e não apenas no mês de maio. Que as reflexões trazidas pelo Maio Amarelo possam se transformar em atitudes concretas, promovendo mais respeito, responsabilidade e preservação da vida nas ruas de Janaúba.

O trânsito só se torna mais seguro quando entendemos que cada gesto importa. Ceder passagem, reduzir a velocidade, ter paciência no congestionamento — tudo isso salva vidas. E, muitas vezes, salva a nossa própria.

Então, neste Maio Amarelo, a pergunta que fica é: qual legado queremos deixar no asfalto? O da pressa ou o do cuidado?